Pipocas com Caramelo Salgado


Encontrar um pretexto na cozinha para falar de música, pode parecer simplesmente despropositado e tonto. Mas, na realidade para nós não é.
Se, por um lado, nos deliciamos com os bons sabores do garfo, por outro, a música também compõe os aromas preferidos cá de casa.
Foi a música que nos juntou há 18 anos atrás, é pela música que “abdicamos” muito do nosso tempo livre e ela (a música) tem-nos trazido e fortalecido novas e bonitas amizades.
Cantamos no Coral Ossónoba há tantos anos que podemos resumir simplesmente que o fazemos há uma vida. Fazer parte deste grupo amador de cantores é fazer parte de um grupo de pessoas que duas vezes por semana (pelo menos) deixa as suas casas, à noite, para ensaiar. Aqui, a várias vozes mas todos na mesma direção, dissipam-se as diferenças de cada um, e é a genuinidade individual que enriquece a musicalidade transformada a partir de cada partitura, sob a orientação generosa do maestro, culminando em aplausos nos dias de concerto!
Nem sempre as coisas são perfeitas, mas a beleza de juntar nota a nota, vidas dispersas numa melodia musical afinada, única, marcada no compasso certo, faz com que tudo, no final, faça sentido.
Diz-se que amador é aquele que ama de tal forma aquilo que faz, que o faz por qualquer desprendimento monetário. Não posso dizer que o fazemos em troca de nada, porque não é verdade. A verdade é que recebemos muito em troca: gargalhadas, histórias (algumas de vida), aplausos, amizades, partilha e, claro está, música.
E porquê esta conversa, hoje, a fugir dos habituais temperos do tacho?
Simplesmente, porque sim, porque estamos a terminar um ciclo de concertos em que interpretamos uma obra especial, orquestrada por duas pessoas de talento que são muito especiais para o Coral e muito queridas particularmente para nós.
Falamo-vos da Cantata Mundi, uma obra com músicas de Rodrigo Leão e arranjos e orquestração de Ana Margarida Encarnação e Rui Baeta, em que a inspiração profana e espiritual fazem harmonia num concerto de cerca de 50 minutos.O espetáculo, para além da participação dos três coros da Associação Grupo Coral Ossónoba (em palco convivem pessoas entre os 7 e os 77 anos), conta com a participação do profissional barítono Rui Baeta e de um grupo de músicos que compõem uma pequena orquestra com cordas, percussão e órgão.
Com uma sonoridade original vamos percorrendo o universo do caos e da ordem. Afinal "todos somos terra e céu" diz o mote da obra, e todos somos doce e sal, acrescentamos nós.
Se conseguirem ver nesta receia doce e salgada a harmonia que a música nos pode oferecer, óptimo. Se desse lado tudo isto parecer simplesmente estranho, não faz mal, aproveitem esta receita de pipocas caseiras doces e salgadas que são deliciosas!
Ah… e se ficaram com curiosidade sobre o espetáculo, ainda poderão assistir à Cantata Mundi, em Portimão, no próximo dia 22 de abril.



Para as pipocas salgadas:

100gr. de milho
3 colheres sopa de óleo
sal qb


Para o caramelo salgado:
300 gr. açúcar
100 gr açúcar amarelo
1/2 colher chá de sal
4 colheres de sopa bem cheias de mel
120ml água
54 gr manteiga
1 colher chá de fermento em pó
Flor de Sal, a gosto, para salpicar no final




Antes de começar, queremos dizer-lhe que no final há um truque para lavar facilmente a panela com caramelo, por isso, não desista já!!

Para fazer as pipocas, sem queimar uma panela, coloque um pouco de óleo e 2 ou 3 bagos de milho ao fogo. Quando saltar a primeira pipoca é sinal que o óleo está quente o suficiente!

Retire a panela do fogo, e coloque o restante milho. Mexa para envolver no óleo.

Cubra a panela com folha de alumínio para as pipocas não saltarem para fora e com uma faca faça muitos furos no papel para que o vapor não transforme as pipocas estaladiças em "coisas" moles e sem graça...

Volte a colocar a panela ao lume. Quando o "fogo de artifício" parar durante uns 2 ou 3 segundos, está na hora de apagar o lume!

Salpique o sal e mexa bem, e acabou de fazer umas ótimas pipocas salgadas em pouco mais de 3 ou 4 minutos!



Se quiser adicionar o caramelo (evite utensílios de metal, já que o açúcar se agarra mais):


Quando for deitar o caramelo por cima das pipocas, irá precisar de um tabuleiro com papel vegetal. Comece por engordurar com manteiga ou óleo o papel para que as pipocas não se peguem, e faça o mesmo a duas colheres de pau, que servirão para mexer as pipocas com o caramelo.


Numa panela, coloque os açúcares, mel, manteiga, água e sal fino. Leve a lume médio até ferver, mexendo de vez em quando com uma colher de pau.

Quando começar a ferver, tape e deixe continuar a ferver mais uns 2 minutos para que o vapor retire os cristais de açúcar que se formam nas paredes da panela.

Retire a tampa e deixe continuar a ferver cerca de 15 minutos em lume médio-alto . O objetivo é chegar ao ponto vidro, ou seja, cerca de 149ºC. Se não tem um termómetro, faça como nós: tenha preparado um pequeno recipiente com água e gelo. Passados 15 minutos de estar a ferver, deite um pouco de caramelo (uma colher de chá) na água. Se solidificar imediatamente, ficando duro ao ponto de o partir e fazer barulho, parecendo vidro, está bom! Se ainda demorar um pouco a solidificar, deixe ferver mais um pouco.
Não acertar com o ponto do caramelo faz com que o caramelo se agarre aos dentes quando estiver a comer as pipocas. Não é agradável! 😟

Quando o caramelo estiver ok, retire do lume e deite o fermento em pó. Isto vai fazer uma reação em que irá criar alguma espuma e irá tornar o caramelo mais leve e mais claro.

Agora é espalhar as pipocas no tabuleiro e deitar rapidamente o caramelo por cima, mexendo com as espátulas/colheres de pau para envolver bem.

Enquanto ainda está morno, salpique as pipocas com flor de sal (pronto, pode ser sal grosso...)








Para limpar a panela:

Enquanto deixa arrefecer completamente para separar as que se colaram e ficaram muito grandes. coloque água e 2 colheres de sopa de vinagre na panela suja com caramelo e leve a ferver. Quando ferver, retire do lume e deite um pouco de detergente da louça. Deixe arrefecer  veja como se lava tão facilmente!!!


Ponha um bom programa/filme na televisão, abra uma garrafa de vinho e relaxe...












4 comentários:

  1. Olá Ana,
    Obrigada por me teres visitado de novo e deixado o link para o teu blogue, pois depois da minha última visita, já tinha tentado voltar, mas sem sucesso, pois não encontrava o link... enfim... agora vou guardá-lo...
    É verdade!! A música, tal como a comida, são exelentes veículos para o convívio e que são óptimos para fomentar amizades e momentos de partilha.
    Não tenho oportunidade de ver essa apresentação, pois como sabes, vivo longe, mas aposto que é e será um sucesso!
    Quanto às pipocas, adoro pipocas com caramelo salgado, pois já fiz e são pura decadência e o que eu chamo de puro "porn food".
    Um beijinho,
    LIa

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    Respostas
    1. Obrigada, Lia, pelo teu simpático comentário. :-)
      Sim, a música é a comida são optimos veículos de convívio e de partilha?
      Beijinhos
      Ana

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  2. Adorei a maneira apaixonada como falaste da música e do grupo! Eu gosto de ouvir música, mas nunca me aventurei a 'produzi-la' ou reproduzi-la eu própria (tirando cantarolanços aleatórios, claro). Deve ser fantástico fazer parte de algo assim!
    Gostei também muito das pipocas, que devem ser ainda mais viciantes do que as tradicionais :)

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    Respostas
    1. Obrigada, Avelã! :-) As pipocas são deliciosas, tal como para nós é deliciosa a magia de juntar várias vozes, vários timbres numa bela melodia! :-)
      Beijinhos

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